sexta-feira, 12 de março de 2010

Broadcast nas novas mídias

O sentido original do termo PR 2.0 está sendo corrompido. Mesmo as grandes agências estão aplicando as velhas estratégias nas novas mídias em busca de resultados mais imediatos e pouco relevantes, como sempre foi. Ignoram os reais relacionamentos com stakeholders e trocam tudo isso por simples citações em blogs com posts vendidos.

As afirmações desse post seguem uma conversa que tive recentemente com um amigo que trabalha em uma das maiores agências multinacionais de relações públicas estabelecidas em São Paulo.

O broadcast de informações continua a reinar nas novas mídias e as métricas utilizadas tendem a ser as mesmas das mídias convencionais.

O mercado se rende a busca de resultados a curto prazo

Acredito que é do conhecimento de todos a utilização daquela técnica furada de centimetragem por agências de assessoria de imprensa. O assessor tenta emplacar o maior número de citações sobre o seu cliente e depois sai medindo o retorno de acordo com o espaço do texto comparado com a tabela de preços de anúncios publicitários em jornais ou revistas, independente se o tom da matéria é positivo ou negativo e, pior, comparando relações públicas com publicidade, como se laranjas fossem iguais a maçãs (fazendo uma analogia bem tosca).

A adaptação dessa técnica para o mundo virtual é no relacionamento com bloggers, quando os mesmos assessores tentam emplacar seus releases em algum post por aí e depois entregam o resultado para o cliente com o número de publicações que replicaram alguma parte das suas mensagens. Em muitos casos, isso inclui a compra desses posts, aproveitando-se do fato que bloggers são muito mais vulneráveis ao fator financeiro e não obedecem nenhum código de ética, como os jornalistas.

quinta-feira, 4 de março de 2010

PR 2.0 - O que é isso?


O que PR 2.0 quer dizer? Será só um termo para se equiparar a Web 2.0? As relações públicas tradicionais não foram pensadas para o mundo das novas mídias, portanto um novo conceito foi necessário.

Na verdade, PR 2.0 começou ainda durante a Web 1.0. É um termo cunhado nos anos 90 pelo autor Brian Solis, mas só recentemente começou a ser utilizado.

Solis, B. & Breakenridge D. (2009: xix-xx) explicam:
“PR 2.0 starts with a different mindset and approach, neither of which is rooted in broadcast marketing or generic messaging. It's all about humanising and personalizing stories specifically for the people we want to reach”
Apesar de muito diferente do que é hoje, a Web 1.0 apresentava mecanismos de socialização, nos quais o novo conceito foi desenvolvido. Participar das conversas dentro das mídias sociais e interagir com stakeholders de forma mais humana e personalizada é o caminho ao qual todos os pensadores nos direcionam. A tecnologia está nos permitindo interagir de forma cada vez mais individual com cada um dos seres humanos que formam nossos públicos de interesse.

Diante dessa nova dinâmica, o papel do relações-públicas parece ainda mais relevante e condizente com os princípios da profissão. Estamos diante de uma nova oportunidade de fazer a diferença como gestores estratégicos da comunicação, não exatamente das ferramentas, mas das conversas que acontecem por meio delas.

Trata-se de um caminho demorado, com estratégias de longo prazo e demanda muita paciência. E aí está o grande empecilho encontrado pela maioria das empresas de mercado, o resultado não vem imediatamente porque as conversas visam a estabelecer relacionamentos duradouros, não compras impulsivas causadas por impacto publicitário.

Você que está trabalhando com internet, sua empresa está realmente oferecendo relacionamento com os clientes ou quer apenas resultados a curto prazo?